Lixo em alta

Há algum tempo fui convidada para escrever um artigo sobre lixo para a Revista Vivo Verde.  Ele foi publicado, porém editado, o que fez me parecer uma “ecochata”. Por isso resolvi divulgar o texto original aqui no Decodificando. A diferença pode parecer sutil, mas mudou totalmente o enfoque que gostaria de dar ao artigo.

Vocês podem conferir aqui a matéria (página 7). Abaixo segue o original.

Atualmente, temos ouvido falar bastante sobre lixo, resíduos sólidos, grandes vilões do meio ambiente. Ai surge a reciclagem, heroína da história. Mas será que esta história está sendo bem contada?

A maioria das pessoas entende lixo como aquilo que não serve mais e precisa ser descartado, de preferência bem longe, fora do alcance das vistas e olfato. Mas o que não serve para um pode ser muito interessante para outro, se for reaproveitado ou transformado. Cascas de alimentos, por exemplo, tão banalmente jogadas fora, podem ser um ótimo adubo para as plantas de casa se misturadas com a terra dos vasos. Garrafas pet podem ser utilizadas para fabricação de roupas, bolsas e outros acessórios. O lixo, assim, passa a ter um valor real.

A reciclagem também é uma alternativa viável e traz inúmeras vantagens, como redução da exploração de matérias-primas e aumento da vida útil de aterros sanitários, uma vez que o volume de lixo rejeitado diminui. Porém, os materiais devem ser descartados corretamente, de outra forma a reciclagem torna-se inviável, e precisam ser separados manualmente. Além disso, a reciclagem pode ser um processo dispendioso, consumindo muita energia (inclusive no transporte) e água.

As pequenas ações de cada um e processos mais articulados, com a reciclagem, são muito importantes para construção da tão desejada sustentabilidade. Mas, infelizmente, estão muito distantes de serem suficientes. Cada vez mais acredito que soluções eficazes e amplas para o problema do lixo só serão possíveis se elas gerarem lucros, visto que o mundo é movido pelo dinheiro. Será necessário o desenvolvimento de novas tecnologias para aproveitamento total de materiais, o que requer grande investimento e formação especializada. Assim, talvez, o capitalismo pode ser a solução para seus próprios males.

Mas lembrem-se de que reduzir o consumo e repensar nosso estilo de vida também é muito válido!

Perceberam a diferença?

PL 520/07 e gestão do lixo

Córregos cheio de garrafas pets

(retirado do site da UFRRJ)

Saiu hoje na Agência Câmara uma notícia sobre um projeto de lei proíbe o uso de garrafas PET para alimentos e bebidas.

Trata-se do PL 520/07 proposta pelo Deputado Jovair Arantes. Entre suas justificativas o deputado chama atenção para o fato de que esse tipo de embalagem é um dos maiores problemas no que diz respeito à gestão de resíduos sólidos nas áreas urbana; salienta o enorme tempo que esse tipo demora para se decompor; trata da relação entre os hábitos inadequados da população no trato desse lixo que acaba levando ás enchentes, alagamentos, etc. O deputado apresenta dados de 2002 segundo os quais apenas 26% das embalagens PET produzidas pelo Brasil eram recicladas.

Além disso, é mencionado que o problema pode ser agravado caso o interesse das industrias de cerveja de substituir suas embalagens de alumínio e vidro pelas de plástico seja concretizado, assim, ele nos explica:

Entendemos que o Brasil deve caminhar no sentido inverso, de promover o consumo sustentável, induzindo as indústrias e a população a utilizar materiais que sejam biodegradáveis ou que possam ser reutilizados com facilidade, como é o caso do vidro.

As garrafas retornáveis de vidro são 20% mais baratas e apresentam vantagem competitiva para a indústria, pois o consumidor tende a ser fiel ao produto da embalagem que já possui. Muitos consumidores deixam de comprar produtos embalados em recipientes retornáveis simplesmente porque não os encontram nos supermercados.

Além disso, ainda que a garrafa PET possa ser reciclada, não pode ser simplesmente reutilizada, pois o material têm que passar por novo processo industrial. O PET já usado não pode sequer ser empregado na produção de novas embalagens de alimentos (…) a elaboração de embalagens e equipamentos destinados a entrar em contato com alimentos deve ser feita com material virgem, sendo proibido o uso de materiais provenientes de embalagens já utilizadas. vidro, ao contrário, possui um ciclo fechado. As garrafas podem ser simplesmente lavadas, higienizadas e reutilizadas. Os cacos podem ser novamente usados para produção de recipientes com o mesmo fim.

A primeira coisa que eu pensei com esse trecho foi que eu realmente não gostaria de comprar alimentos com embalagem feita de plástico reciclado, talvez eu esteja completamente enganada (mas talvez não, porque afinal isso é proibido) mas não me parece um processo muito higiênico.

Apesar dos dados informados pelo deputado devo admitir que eu não deixo de comprar alimentos de recipientes retornáveis simplesmente porque não encontro no supermercado, eu acho muito pouco prático. Me lembro quando eu era pequena que minha mãe tinha lá em casa umas caixas com garras de vidro que nós trocávamos no supermercado, era um baita entulho e era um saco ter que ficar carregando a garrafa toda vez que ia comprar refrigerante.

Será que não tem uma maneira de resolvermos o problema que combine consciência ecológica com praticidade?

Empresas Inglessas terão que recolher lixo eletrônico

Sempre na Inglaterra… Pelo menos é uma noticia boa!

As empresas de eletro-eletrônicos serão obrigadas a recolher o lixo tecnológico produzido por elas. Tvs, computadores, máquina de lavar roupas, etc estão na lista. Agora, que fim eles vão dar para os produtos eu não tenho a menor idéia!

Ontem meu amigo Sérgio falou que no Japão os consumidores não jogam mais eletrônicos na rua porque o lixo agora é pago.

Pelo menos aqui pilhas e baterias já são recolhidas pelos fabricantes. Falta só a população tomar consciência disso! Isso só vai pegar quando as pessoas ganhar $$ com isso, como acontece com o alumínio.

Fonte:  Infoexame – Inglaterra adota lei para reciclar e-waste