A história das coisas

Hoje recebi um e-mail com o link de um vídeo muito interessante e, então, resolvi compartilhar. Talvez muitos já tenham visto, mas eu não conhecia. O vídeo aborda questões muito discutidas atualmente, como consumismo, exploração/esgotamento dos recursos naturais, produção de lixo, papel do governo e das grandes indústrias na sociedade, entre outros. É um pouco longo e está em inglês, com legenda em português, mas vale muito a pena.

Espero que gostem e, sobretudo, reflitam!

(link do vídeo: http://video.google.com/videoplay?docid=-3412294239230716755)

2008: Ano Internacional dos Recifes de Coral

Os recifes de coral são ecossistemas de extraordinária biodiversidade, porém frágeis porque sua existência e manutenção requer parâmetros abióticos específicos (águas de baixa turbidez e temperatura entre 20 e 28 oC). Além disso, constituem fonte de alimentos e de renda para muitas comunidades.

Apesar de sua importância, os ambientes recifais vêm sofrendo um acelerado processo de degradação devido a ações antrópicas.

Preocupada com esta situação, a Iniciativa Internacional de Conservação de Recifes de Coral promove em 2008 o Ano dos Corais, visando aumentar o conhecimento e a conscientização sobre a importância dos recifes de coral, além de apoiar trabalhos de conservação, pesquisa e manejo. Este mês acontece em Washington, EUA, o primeiro encontro para discussão do tema, com a participação do Ministério do Meio Ambiente.

Agora é aguardar as novas propostas, ou novos métodos para colocar em prática antigas prospostas, que surgirão dessa reunião.

Para ler mais sobre iniciativas brasileiras, acesse o site do MMA.

XI Congresso Brasileiro de Fisiologia Vegetal – Florestas ou etanol?

No último Congresso Brasileiro de Fisiologia Vegetal, realizado em Gramado de 09 a 14 de setembro, uma das palestras mais comentadas foi a ministrada pelo Prof. Marcos Silveira Buckeridge, da USP, intitulada “Florestas ou etanol: como a fisiologia vegetal pode ser estrategicamente usada para atingir a melhor escolha?” (traduzido). Para o professor, a mitigação da emissão de CO2 tem dois lados: a manutenção das florestas e dos serviços dos ecossistemas (sustentabilidade) e a produção de biocombustíveis.

Em estudos de sua equipe com jatobá, foi verifacado que esta espécie tem capacidade para seqüestrar CO2 e armazená-lo na forma de celulose, o que seria uma característica das espécies da amazônia, mas que varia de acordo com o processo de sucessão ecológica. Em pesquisas com cana-de-açúcar, também foi observado aumento da fotossíntese e, conseqüentemente, de biomassa, fibras e sacarose, apesar de ser uma planta C4.

No Brasil, ente 2005 e 2006, foram produzidos 400 milhões de toneladas de cana, sendo que 90% é constituído por água, ou seja, 40 milhões de toneladas correspondem à massa seca. Dessa massa seca, 40% é carbono, ou seja, 16 milhões de toneladas. Mas….. metade é para a produção de açúcar e as florestas tropicais absorvem 70 bilhões (!!!) de toneladas de carbono. Em suma, a produção de cana cobrirá 0,01% das florestas queimadas.

Existe uma maneira de minimizar o dilema manutenção das florestas x produção de etanol? Para o Prof. Buckeridge uma boa alternativa é a produção de cana com corredores de floresta, desta forma estariam garantidos a produção do biocombustível, um maior seqüestro de CO2 e os serviços do ecossistema. Este é o chamado “environmental friendly ethanol”, já implantado em alguns locais, como às margens da Rodovia dos Bandeirantes.

Mas, será tão simples assim? O que meus colegas biólogos acham?

Gadgets ecologicamente corretos

Xeretando notícias na internet, vi uma reportagem que me chamou a atenção pelo “ecologicamente corretos”. Pensei… “Gadgets??? What the hell is that???” Fui procurar no meu dicionário, que diz o seguinte: gadget = equipamento eletrônico, em geral pequeno e moderno. “Ahhh, então vou postar no Decodificando!”

Fabricantes estão desenvolvendo aparelhos eletrônicos feitos com materiais menos agressivos à natureza ou que aproveitem a energia solar, como monitor de bambu e bateria híbrida para celulares e iPods (fotos abaixo). Será que vai virar moda?

Monitor de bambu Bateria híbrida

Fonte: http://idgnow.uol.com.br

PS: Acho totalmente desnecessário o uso de palavras em língua estrangeira sendo que existe equivalentes em português.

Pesquisador já considerado “herói do planeta” é acusado de biopirataria

O primatólogo holandês naturalizado brasileiro Marc van Roosmalen foi condenado a 14 anos de prisão em Manaus sob acusação de biopirataria e peculato. Esta não é a primeira vez que o pesquisador protagoniza episódios polêmicos: já foi acusado de enviar material genético de espécies amazônicas para o exterior (o que provocou sua demissão do INPA), de transportar ilegalmente macacos e orquídeas e de tentar vender o direito à escolha de nomes científicos de novas espécies de macacos.

Roosmalen alega que pegou 14 anos de prisão porque fez ciência. Cientistas do mundo todo dizem que o tratamento dado a ele desestimulará as pesquisas biológicas e indica uma tendência de repressão governamental aos cientistas no Brasil. Afirmam ainda que as leis brasileiras antibiopirataria são vagas e conferem demasiado poder às autoridades que não têm conhecimento científico.

Não conheço as leis antibiopirataria (vou ler a respeito), mas tenho quase certeza que elas são elaboradas com auxílio de pessoas da área de ciências. Creio que a Dani pode comentar melhor sobre este aspecto.

O que eu sei é que o Brasil deve realmente proteger o seu maior bem, que é o patrimônio natural, e para isso é necessário regulamentação e aplicação exemplar das leis, bem como uma fiscalização adequada e maior transparência por parte dos pesquisadores.

PL 520/07 e gestão do lixo

Córregos cheio de garrafas pets

(retirado do site da UFRRJ)

Saiu hoje na Agência Câmara uma notícia sobre um projeto de lei proíbe o uso de garrafas PET para alimentos e bebidas.

Trata-se do PL 520/07 proposta pelo Deputado Jovair Arantes. Entre suas justificativas o deputado chama atenção para o fato de que esse tipo de embalagem é um dos maiores problemas no que diz respeito à gestão de resíduos sólidos nas áreas urbana; salienta o enorme tempo que esse tipo demora para se decompor; trata da relação entre os hábitos inadequados da população no trato desse lixo que acaba levando ás enchentes, alagamentos, etc. O deputado apresenta dados de 2002 segundo os quais apenas 26% das embalagens PET produzidas pelo Brasil eram recicladas.

Além disso, é mencionado que o problema pode ser agravado caso o interesse das industrias de cerveja de substituir suas embalagens de alumínio e vidro pelas de plástico seja concretizado, assim, ele nos explica:

Entendemos que o Brasil deve caminhar no sentido inverso, de promover o consumo sustentável, induzindo as indústrias e a população a utilizar materiais que sejam biodegradáveis ou que possam ser reutilizados com facilidade, como é o caso do vidro.

As garrafas retornáveis de vidro são 20% mais baratas e apresentam vantagem competitiva para a indústria, pois o consumidor tende a ser fiel ao produto da embalagem que já possui. Muitos consumidores deixam de comprar produtos embalados em recipientes retornáveis simplesmente porque não os encontram nos supermercados.

Além disso, ainda que a garrafa PET possa ser reciclada, não pode ser simplesmente reutilizada, pois o material têm que passar por novo processo industrial. O PET já usado não pode sequer ser empregado na produção de novas embalagens de alimentos (…) a elaboração de embalagens e equipamentos destinados a entrar em contato com alimentos deve ser feita com material virgem, sendo proibido o uso de materiais provenientes de embalagens já utilizadas. vidro, ao contrário, possui um ciclo fechado. As garrafas podem ser simplesmente lavadas, higienizadas e reutilizadas. Os cacos podem ser novamente usados para produção de recipientes com o mesmo fim.

A primeira coisa que eu pensei com esse trecho foi que eu realmente não gostaria de comprar alimentos com embalagem feita de plástico reciclado, talvez eu esteja completamente enganada (mas talvez não, porque afinal isso é proibido) mas não me parece um processo muito higiênico.

Apesar dos dados informados pelo deputado devo admitir que eu não deixo de comprar alimentos de recipientes retornáveis simplesmente porque não encontro no supermercado, eu acho muito pouco prático. Me lembro quando eu era pequena que minha mãe tinha lá em casa umas caixas com garras de vidro que nós trocávamos no supermercado, era um baita entulho e era um saco ter que ficar carregando a garrafa toda vez que ia comprar refrigerante.

Será que não tem uma maneira de resolvermos o problema que combine consciência ecológica com praticidade?