Quer participar de um episódio?

Olá queridos ouvintes e leitores! Como a maioria deve saber, hoje tem início a 4ª edição da Nerd Stock brasileira, digo, da Campus Party Brasil. O Jonny estará por lá todos os dias. A Dani e eu daremos uma passadinha por lá (não temos ingresso, viu???). Mas vamos organizar a gravação de um episódio do Decodificando. E você pode participar!

Quando? Quinta, às 14:00.

Onde? Em algum lugar silencioso na Campus Party ou fora de lá se necessário.

Como participar? É só deixar um comentário aqui e você estará concorrendo. Será atribuído um número ao seu comentário e realizado um sorteio utilizando o random.org.

Simples assim! Esperamos seu comentário!

Lixo em alta

Há algum tempo fui convidada para escrever um artigo sobre lixo para a Revista Vivo Verde.  Ele foi publicado, porém editado, o que fez me parecer uma “ecochata”. Por isso resolvi divulgar o texto original aqui no Decodificando. A diferença pode parecer sutil, mas mudou totalmente o enfoque que gostaria de dar ao artigo.

Vocês podem conferir aqui a matéria (página 7). Abaixo segue o original.

Atualmente, temos ouvido falar bastante sobre lixo, resíduos sólidos, grandes vilões do meio ambiente. Ai surge a reciclagem, heroína da história. Mas será que esta história está sendo bem contada?

A maioria das pessoas entende lixo como aquilo que não serve mais e precisa ser descartado, de preferência bem longe, fora do alcance das vistas e olfato. Mas o que não serve para um pode ser muito interessante para outro, se for reaproveitado ou transformado. Cascas de alimentos, por exemplo, tão banalmente jogadas fora, podem ser um ótimo adubo para as plantas de casa se misturadas com a terra dos vasos. Garrafas pet podem ser utilizadas para fabricação de roupas, bolsas e outros acessórios. O lixo, assim, passa a ter um valor real.

A reciclagem também é uma alternativa viável e traz inúmeras vantagens, como redução da exploração de matérias-primas e aumento da vida útil de aterros sanitários, uma vez que o volume de lixo rejeitado diminui. Porém, os materiais devem ser descartados corretamente, de outra forma a reciclagem torna-se inviável, e precisam ser separados manualmente. Além disso, a reciclagem pode ser um processo dispendioso, consumindo muita energia (inclusive no transporte) e água.

As pequenas ações de cada um e processos mais articulados, com a reciclagem, são muito importantes para construção da tão desejada sustentabilidade. Mas, infelizmente, estão muito distantes de serem suficientes. Cada vez mais acredito que soluções eficazes e amplas para o problema do lixo só serão possíveis se elas gerarem lucros, visto que o mundo é movido pelo dinheiro. Será necessário o desenvolvimento de novas tecnologias para aproveitamento total de materiais, o que requer grande investimento e formação especializada. Assim, talvez, o capitalismo pode ser a solução para seus próprios males.

Mas lembrem-se de que reduzir o consumo e repensar nosso estilo de vida também é muito válido!

Perceberam a diferença?

Quem são as algas?

A ciência é um campo muito dinâmico e é natural que os sistemas de classificação estejam em constante transformação. O sistema de cinco reinos proposto por Robert Whittaker em 1969, que perdura até hoje em muitos livros didáticos, considera primordialmente semelhanças morfológicas e fisiológicas. Atualmente, muitos trabalhos utilizam ferramentas de biologia molecular para elucidar as relações de parentesco entre os diversos organismos, revelando que muitos grupos antes estabelecidos não possuem qualquer significado taxonômico e, portanto, novas filogenias têm sido adotadas (ver figura no fim do texto).
Um desses grupos é o das algas. Elas estão agrupadas em filos conforme a organização do talo, pigmentação, constituição da parede celular e substâncias de reserva.  São avasculares e, portanto, sem organização de raiz, caule e folhas. A maioria de seus representantes é aquática, mas alguns vivem no ambiente terrestre.

Os filos englobados pelo termo “algas” são:

Cyanobacteria (cianofíceas ou algas azuis): Procarionte. Talo unicelular, colonial ou filamentoso. Possui clorofila a, ficobiliproteínas (pigmento que confere coloração avermelhada ou azulada e atua como reserva de nitrogênio) e carotenóides (cor amarela, laranja ou marrom). Sua reserva é o amido das cianofíceas (semelhante ao glicogênio). Bainha de mucilagem envolve as células e colônias, permitindo fácil reconhecimento ao microscópio. Acinetos (célula de resistência) e heterocitos (célula responsável pela produção de nitrogenase, enzima que fixa nitrogênio molecular)


Anabaena crassa

Prochlorophyta: Procarionte. Talo unicelular ou filamentoso. Possui clorofila a e b e carotenóides. Amido semelhante ao das cianofíceas. Seus representantes já pertenceram à Cyanophyta, porém o novo filo foi criado devido à ausência de ficobiliproteínas e presença de clorofila b. Infelizmente, não achei nenhuma foto interessante para ilustrar.

Euglenophyta: Eucarionte. Talo unicelular e móvel por flagelos (1 ou 2). Sua reservaa é o paramilo. Não possui parede celular, mas internamente à membrana plasmática tem uma película protéica organizada espiraladamente. Na porção anterior da célula está localizado o estigma (ou mancha oceolar), estrutura relacionada à captação de estímulos luminosos. Sua cor alaranjada deve-se aos carotenóides. Algumas espécies são heterotróficas.


Euglena spirogyra

Dinophyta (dinoflagelados): Eucarionte. A maioria dos representantes é unicelular, porém alguns podem formar colônias pela não separação das células recém divididas. Possui clorofila a e c2 e carotenóides. Sua reserva é constituída por amido e alguns lipídeos. Quando presente, a parede celular é interna à membrana plasmática e composta por celulose. A característica marcante deste grupo é a presença de dois flagelos, um na porção posterior e outro circundando o plano equatorial da célula, o que confere um movimento de rotação. Existem também formas heterotróficas.


Ceratium hirundinella

Bacillariophyta (diatomáceas) : Eucarionte. Maioria é unicelular, mas existem também formas coloniais. Possui clorofila a, c1 e c2 e carotenóides. Sua principal substância de reserva é a crisolaminarina. A parede celular é composta por sílica.


Pinnularia sp. e Coscinodiscus sp.

Phaeophyta (algas pardas): Eucarionte. Não existem formas unicelulares. Talo filamentoso, pseudoparenquimatoso (filamentos justapostos unidos por mucilagem)  ou parenquimatoso. Possui clorofila a, c1 e c2 e carotenóides. Laminarina e manitol são suas principais substâncias de reserva. A parede celular é formanda por celulose, alginato e fucoidina.


Laminaria digitata

Rhodophyta (algas vermelhas): Eucarionte. Existem formas unicelulares, filamentosas, pseudoparenquimatosas e parenquimatosas. Possui clorofila a, ficobiliproteínas e carotenóides. Suas principais reservas são amido das florídeas e floridosídeo. A parede celular é composta por celulose impregnada de ágar ou carragena. Estas substâncias, assim como o alginato das algas pardas, são conhecidas como ficocolóides, têm grande valor econômico e serão discutidas em um próximo post. Em algumas famílias há deposição de carbonato de cálcio ou magnésio.


Gracilaria corticata e Porphyra dioica

Chlorophyta (algas verdes): Eucarionte. Talo unicelular, colonial, filamentoso (celular ou cenocítico) ou parenquimatoso. Possui clorofila a e b e carotenóides.  Tem amido como substância de reserva. Parede celular constituída por celulose, sendo que alguns gêneros podem apresentar depósito de carbonato de cálcio.


Ulva rigida e Codium fragile

Hoje se sabe que tais filos são pouco relacionados entre si (figura abaixo), e que apenas as algas verdes e vermelhas possuem parentesco direto com Embryophyta (as chamadas plantas terrestres). Devido a semelhanças bioquímicas, ultra-estruturais, detalhes da divisão celular e dados de biologia molecular, considera-se que um pequeno grupo de Chlorophyta, chamado Charophyceae (considerado por alguns autores como um filo distinto, Charophyta), deu origem às plantas terrestres.

Representação esquemática da filogenia consenso dos eucariontes. Modificado de Baldauf, 2003.

Leituras recomendadas:

Baldauf, S.L. 2003. The deep roots of eukaryotes. Science 300: 1703-1706

Oliveira, E.C. 2003. Introdução à Biologia Vegetal. 2ª edição. EDUSP. 267p.

Raven, P.H., Evert, R.F. & Eichhorn, S.E. 2007. Biologia Vegetal. 7ª edição. Guanabara Koogan. 830p.

Sustentabilidade e esse tal SWU

Sustentabilidade, palavra da moda. Ecologicamente correto, muitos dizem ser.

Segundo o Relatório de Brundtland, sustentabilidade é “satisfazer as necessidades presentes sem compromenter a capacidade das gerações futuras de suas próprias”. O conceito não engloba apenas a conservação ambiental, mas também a relaciona diretamente com a economia, o desenvolvimento social e cultural.

Tenho visto a ampla divulgação e apoio (por muito biólogos, inclusive) ao SWU, um movimento (que se diz) em prol da sustentabilidade, que tem a prerrogativa de que as mudanças em direção a um mundo ecologicamente correto começa com pequenas atitudes de cada cidadão. Tudo muito bonito… É mesmo?

No plano de ação está a mitigação de carbono, através do plantio de árvores. Sempre as árvores! A organização garante que esse plantio será suficiente para absorver as toneladas de gás carbônico equivalentes às emitidas no transporte áereo dos artistas, consumo dos geradores, traslados etc. Eu gostaria muito de saber como foi feito tal cálculo. Mas talvez seja possível que as árvores absrovam tudo, quem sabe daqui uns 300 anos. Será que eles contaram as emissões relativas ao transporte de quem vai ao evento? E à produção de tudo que será consumido pelos participantes?

No mesmo plano de ações diz que “quem levar conta de luz que comprove a redução no consumo de energia no último mês poderá comprar produtos SWU com 10% de desconto”. Hã? Um evento que visa conscientizar sobre sustentabilidade estimulando o consumo? Contraditório, não?

E depois de todo o consumo (posso até imaginar o chão repleto de copos descartáveis, garrafas vazias, embalagens de alimentos), haverá um incentivo à reciclagem, um processo tão caro, que consome muita energia. Antes do R de reciclar há outro dois: reduzir e reaproveitar, ambos citados apenas 2 vezes no plano de ações. Reciclar, reciclagem e afins estão citados 21 vezes.

O R mais importante, o de repensar hábitos incorporados em nossa sociedade tão individualista e consumista não está lá. Será que estará presente pelo menos no Fórum Global de Sustentabilidade, ou ele será deixado de lado entre tantos shows?

O laboratório no ensino de Botânica.

Depois de tanto tempo sem escrever, venho aqui para divulgar mais um curso de extensão universitária oferido pelo Departamento de Botânica do Instituto de Biociências, USP. O curso é voltado para professores da Educação Básica e visa o planejamento e desenvolvimento de atividades práticas.

Maiores informações no folder abaixo.

Decodificando 23 – STF, Obama, Calypso e hypes da semana

decodificando23

Demorou, mas saiu!!! Neste podcast discutimos algumas notícias da semana e falamos sobre a escolha no STF!

Abertura:

Bruno Cesar – InfoPlay – http://infoplaypodcast.wordpress.com

Novidades:
Novo Podcast da Dani: Grifo Nosso – http://www.grifonosso.com
Novo Layout do Migre.me: http://migre.me
Cenas de Cinema: http://www.cenasdecinema.com

07:00 – Leitura de email

22:00 – Escolha do Tofolli para ministro do STF
Como comprovar notório saber jurídico?
Saber ou não fazer prova teste mostra que a pessoa tem conhecimento do assunto?
Para que serve o STF

43:00 – Indcação do Obama para prêmio nobel da paz
Banda Calypso para Prêmio Nobel da Paz
Um caso de estudo econômico da Banda Calypso

48:00 – Sabesp troca emissão de conta de água em papel por plantação de uma árvore

50:00 – 1 bilhão de reais para despolução do Rio Tietê

53:00 – Porto cai na rede – O que gostamos e não gostamos.

55:00 – Menino do balão – Cabe um processo do estado?

1:00:00 – Carrinho do Bebê – A mãe poderia ser processada se o bebê tivesse morrido?
https://www.youtube.com/watch?v=TiDyaEnCfdk

Não deixe de colocar um comentário com perguntas, críticas, sugestões, complementos ou sua opinião sobre os assuntos abordados! E não esqueça de assinar o feed de nosso podcast!

Episódio 23 (MP3, 64 kbps, 63′31″, 30,50MB)

pisódio 23 baixa qualidade (MP3, 16kbps, 63′31″, 7,64MB) – Para conexão discada / celular.

Episódio 23 zip (MP3, 64 kbps, 63′31″, 38,06MB)

Decodificando 22 – Vírus, castração química e algas

Decodificando22

Demorou, mas saiu!!! Neste podcast filosofamos para descobrir “se vírus é vida”, discutimos a castração química em pedófilos e falamos sobre o papel biológico e econômico das algas.

Abertura: Sr Froide – Podcast Negação Lógica
Vírus é vida? – Participação do Atila Iamarino (@oatila) do blog Rainha Vermelha
Castração química para pedófilos (coluna do Cony & Xexéu na Rádio CBN)
Algas – Papel biológico e econômico

Não deixe de colocar um comentário com perguntas, críticas, sugestões, complementos ou sua opinião sobre os assuntos abordados! E não esqueça de assinar o feed de nosso podcast!

Episódio 22 (MP3, 64 kbps, 85′57″, 40,31MB)
[audio:http://feedproxy.google.com/~r/decodificando_podcast/~5/gI_eGFYsPGg/Decodificando022.mp3]
Episódio 22 baixa qualidade
(MP3, 16kbps, 85′57″, 10,09MB) – Para conexão discada / celular.
[audio:http://www.decodificando.com.br/podcasts/Decodificando022low.mp3]
Episódio 22 zip
(MP3, 64 kbps, 85′37″, 38,06MB)

Entrevista para o programa E-farsas

Enquanto o próximo episódio não sai, vocês, caros ouvintes, podem assistir à entrevista que eu e a Dani concedemos ao Gilmar do programa E-farsas.

Gravação da entrevista para o programa E-farsas.

Após a gravação

Roda Viva

Olá pessoal! Faz bastante tempo que não postamos nada aqui nem subimos um episódio (apesar de termos gravado um neste meio tempo, porém o audio ficou ruim).  Mas calma! O Decodificando não acabou! Em breve voltaremos a gravar, temos muitos assuntos interessantes para abordar.

Mas hoje estou aqui para falar sobre a gravação do programa Roda Viva, da TV Cultura. Neste programa, será abordada a questão da legalização de terras públicas na Amazônia Legal e a MP 458.  Os debatedores serão:

– Alberto Broch – Presidente da Contag – Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura;

– João Paulo Capobianco – Ex- secretário executivo do Ministério do Meio Ambiente;

– Cesário Ramalho da Silva – Presidente da Sociedade Rural Brasileira;

– Deputado Feredal Moreira Mendes PPS/RO – Vice-Presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária para Região Norte.

A Maira e eu estaremos lá fazendo a cobertura via twitter, usando a tag #naoMP458.

Para acompanhar a discussão que ainda virá por ai você pode acessar o blog NaoMP458.

Participem!

Como e porque ser um doador de medula óssea

Uma decisão inédita da justiça de São Paulo garantiu aos pais da menina Júlia, portadora de leucemia, o direito de ter as células tronco do cordão umbilical da caçula recém-nascida (Sarah) coletadas durante o parto, em um procedimento totalmente custeado pelo Sistema Único de Sáude (SUS). O juiz do caso, Osni Assis Pereira, defendeu a idéia de que o recolhimento de células tronco de bebês seja uma prática regular no sistema público de saúde e alertou que tal decisão é inédita apenas porque a população não conhece seus direitos.

Lamentavemente, o material coletado de Sarah não foi compatível com o de sua irmã Júlia, que continua à espera de um doador. A família doou o sangue do cordão umbilical de Sarah para o banco de nacional de células tronco, no Rio de Janeiro.

Quando não há um doador aparentado, como no caso de Júlia, a única opção é recorrer ao Registro Brasileiro de Doadores de Medula Óssea (REDOME), instalado no Instituto Nacional Câncer (INCA). O REDOME agrega informações de todos os doadores do Brasil e hoje responde por 70% dos doadores encontrados. Porém, o número de pessoas dispostas a ser um doador ainda é muito baixo, cerca de 300.000.

Preocupante? Sim! Mas podemos ajudar a mudar esta cenário! Se você tem entre 18 e 55 anos e goza de boa saúde, pode ser um doador! Para tanto, o interessado deve procurar um Hemocentro de sua cidade, onde poderá esclarecer todas as suas dúvidas e, em seguida, será realizada a coleta de sangue, apenas 10 mL, para a realização do exame de histocompatibilidade (HLA, do inglês Human Leukocyte Antigen). Os dados são, então, inseridos no REDOME. Caso haja compatibilidade, o doador será consultado para decidir quanto à doação.

Para a doação, é necessário intervenção cirúrgica, com aplicação de anestesia. A medula é retirada através de punção do osso da bacia. Dói? Sim, claro! Mas o que é esta dor, que dura menos de uma semana e que pode ser amenizada com o uso de analgésicos, comparada com a dor de quem está há meses ou anos à espera de uma chance de viver e de seus familiares. Lembre-se, um dia você ou alguém que lhe é querido poderá estar nessa mesma situação. Se você tem algum problema de saúde e não pode ser um doador, mas se identificou com a causa, passe essa bola adiante!

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